Farmácia Fátima Marques

Comecemos por chamar-lhe pelo nome: o que são onicomicoses?
São infeções fúngicas que podem afetar qualquer estrutura da unha, podendo mesmo causar dor ou desconforto, deformação, e ainda, de alguma forma, afetar a vida pessoal ou profissional do indivíduo.

O que começa por uma questão de aspeto da unha, evolui para desconforto ao caminhar, estar de pé ou durante a prática de exercício físico, parestesia, dor, falta de sensibilidade, com consequências ao nível da autoestima e da interação social. Há vários tipos de onicomicoses, consoante a estrutura da unha afetada:


A onicomicose pode ser tratada com medicamentos de administração oral e de aplicação local, sendo que o tratamento combinado aumenta as taxas de cura. Os tratamentos locais incluem os vernizes Mycoster® e Locetar EF® não sujeito a receita médica, sendo que devem ser indicados apenas em casos de onicomicose subungueal distal ou lateral e branca superficial, em que menos de metade da lâmina distal se encontre afetada, ou para indivíduos que não toleram a medicação oral. Também se aplicam à prevenção de recaídas após cura com a medicação oral.

As moléculas de uso oral são a terbinafina e itraconazol. São vários os tipos de fungo que podem atingir o tecido ungueal, de forma que o ideal é fazer o isolamento da espécie para definir o tratamento. Tratamentos não farmacológicos disponíveis – laser, terapia fotodinâmica, extração mecânica, química (ex.: ureia a 40 ou 50%, para unhas muito grossas) ou cirúrgica da unha.

Uma forma de prevenção é fazer o corte correto da unha – corte reto, mas em função da linha de postura; não deixar arestas em zonas de carga; espículas não visíveis, com o crescimento mínimo da unha e a carga levam a lesões, as quais são comuns nos jovens (pés mais sujeitos a calor e humidade e caminham mais).

O que é que a sua pisada diz sobre si? Um pé mais plano leva a que a carga incida mais na zona interna, com aumento do risco de sofrer de esporão do calcâneo, por exemplo; caracteriza-se pela junção do joelho, desconforto cervical, maior conflito do quinto dedo no calçado, com calosidades e unhas engrossadas; um pé com apoio mais periférico tem maior tendência para entorses; cursa com pernas mais arqueadas e sobrecarga da zona lombar, dedos em garra com calosidades ao nível do 1.º e 5.º dedos.

Até aos 7 anos o pé é mais aplanado e o abdómen mais saliente; pelos 18 anos a postura está definida e então devem ser feitas as correções necessárias, por exemplo do pé plano (ex.: intervenção cirúrgica); estes são indivíduos que se cansam mais facilmente e é também por isso que as crianças “pedem colo” com frequência.

Quais os motivos principais de consulta de podologia? Em que consistem? Cuidados a ter?
Pé-de-atleta, assim chamado pelas condições recorrentes a que os pés dos atletas estão expostos, de calor e humidade: atenção – pé macerado não deve ser tratado com antifúngico, sob risco de aumento da resistência às moléculas; na presença de bolhas numa tinha do pé é usual associar antifúngico com corticóide e antibiótico para prevenir infeções.

Comichão: provocada por desidrose, por exemplo; esta ocorre com frequência no calcanhar porque cada pé suporta 2 x o peso do nosso corpo; quando a pele está muito tensa ou seca, forma mais células de queratina, como modo de proteção e as gretas surgem com a carga em demasia; quando afeta de forma distinta os dois pés pode indicar dismetria.
Verrugas: atenção – não confundir com calosidades; são provocadas por um vírus e devem ser tratadas como tal.


Calosidades: sinal de zonas de sobrecarga ou 1.º alerta de deformações – aparecem como forma de proteção; uma forma de remover é com bisturi; para prevenção das calosidades entre os dedos, existem meias tipo luva, que evitam o contacto interdigital com atrito e sopreposição, afastando os dedos e evitando a garra; permite o alinhamento dos dedos, com correção da postura.

Joanete: sobrecarga devido à estrutura do pé ou calçado inadequado.

Unhas secas e engrossadas: afeta indivíduos com atividade profissional com longos períodos em pé, por ex.; idosos, podendo dever-se a problemas de circulação.

Onicólise: descolamento da unhas do seu leito; dado o crescimento lento da unha do pé pode demorar até 4 meses para resolver.

Cuidados a ter com os pés, como forma de prevenção: 1x por semana, fazer uma exfoliação para ajudar a remover as células que precisam ser renovadas com gel exfoliante (ex.: Akileïne® Creme Exfoliante), por exemplo, no banho; produtos hidratantes – formulações à base de extratos vegetais sem agentes químicos agressivos, mais bem toleradas (ex.: Pedi Relax®), ou seja, sem ureia (efeito descamativo) podem ser usadas numa primeira fase ou em peles com tendência a eczema, prurido, .., para evitar inflamação; produtos com 10% de ureia ajudam a reter mais água dentro das células (ex.: SVR® Xerial 10 ou Ureadin® Podos para quem não gosta de aplicar cremes, pois é um gel-óleo); outros combinam a ação da ureia com betaína e alantoína, por ex. (Timodore® Calcanhares Gretados Creme Intensivo); produtos com ureia a 40% (ex.: Ureadin® Ultra 40) para unhas muito grossas ou em concentrações mais baixas para unhas muito secas a descamar, por ex.; verniz remineralizante Betalfatrus® para casos de onicólise confundidos com micoses, e que, na realidade, se devem a traumatismos. Para o corte da unha podem usar-se alicates com ponta curva e corta unhas, os quais têm a curvatura necessária, não sendo necessário fazer o movimento de rotação ao cortar.

Em casos de pé-de-atleta recorrente são úteis os anti-transpirantes, de preferência os menos químicos (ex.: Timodore® Pó Desodorizante). Para o cuidado do pé diabético existem cremes efeito dupla pele (ex.: Ureadin® Podos Db); quanto ao calçado (que não deve ser chinelo), ter em atenção a largura da base, ser ajustável no peito do pé (também útil em caso de má circulação), boa largura metatarsal, biqueira alta. Nas sapatilhas, ter em atenção se a zona do calcanhar fica 2cm mais elevada que o pé.

O podologista pode usar um podoscópio para avaliar a pegada – permite visualizá-la, analisando ao mesmo tempo a postura ao nível dos ombros, zona pélvica, assimetrias das pregas glúteas, postura ao nível do joelho e dobra da perna.

Ainda tem dúvidas? Faça o seu rastreio de podologia connosco: será na Farmácia Fátima Marques, no dia 19 de Julho de 2017. Contamos consigo!